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"Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas
ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana"
Carl G. Jung

Bruna Brum

Inspirada na frase de Jung, compartilharei nas linhas seguintes um pouco mais sobre a minha jornada de encontro comigo mesma. Acredito que antes de ajudar o outro, necessitamos nos ajudar primeiro, e essa é - o contrário do que pode parecer - uma das atitudes mais altruístas que podemos ter, afinal, como conseguiremos ajudar alguém sem mesmo ajudarmos a nós mesmos?

Quando eu me formei na graduação, não me sentia ainda preparada para me tornar psicóloga, nunca acreditei que bastasse um diploma para sermos merecedores de um título. Eu entendia que precisava de mais maturidade emocional, intelectual e vivencial. Mesmo com uma bagagem já bastante diversificada. Circulei pelo mundo organizacional e corporativo, contribui com trabalhos sociais, transitei também por espaços de inovação, tecnologia, educação e ONGs para mulheres.

Gosto de conhecer pessoas totalmente diferentes entre si, em todos os aspectos, cultural, intelectual, étnico, social, etário e político. Conviver com a diversidade me faz crescer e "sair da bolha", assim eu consigo compreender melhor o ser humano e a mim mesma. Mas, o que realmente me conecta às pessoas é o que existe de mais genuíno em essência, onde mora a bondade, a espontaneidade e a verdade em cada uma delas.

Entendo que tudo na vida gera um aprendizado e que, muitas situações vão se repetir até que aprendamos as lições, mesmo que a duros golpes. Não preciso nem dizer o quanto errei até aprender muitas delas.

Precisei de um mergulho intenso em mim mesma, mas antes, de coragem, como um oceano a ser desbravado, pois eu não sabia ao certo o que viria pela frente, se eu seria capaz de nadar com desenvoltura, se conseguiria voltar a superfície assim que precisasse de fôlego. Depois de uma série de grandes mudanças externas, entendi que precisava olhar para o meu mundo interno, do contrário, não conseguiria dar conta de assimilar tudo o que estava acontecendo no mundo externo, muito menos contribuir com o outro em sua jornada.

Todos os processos de autoconhecimento e desenvolvimento emocional exigem além de esforço, que estejamos abertos para acolher aquilo que nos desconforta, como nossas sombras, mas também a aceitar e reconhecer a luz que temos. Chega um momento em que precisamos aprender a narrar a própria história e assim nos apropriar de quem somos.

Foi depois de uma série de descobertas que então eu entendi que estava passando por uma verdadeira transformação interna, pela qual precisei deixar para trás muitas coisas que já não faziam mais sentido e estavam atrapalhando meu processo de crescimento e desenvolvimento pessoal. Me permiti enxergar e acolher o que havia de pior e de melhor em mim.

"Precisei de um mergulho intenso em mim mesma,

mas antes, de coragem,

como um oceano a ser desbravado"

Não foi e não é fácil se abrir para uma "reforma" interna, por isso eu contei com ajuda de uma psicóloga e psicanalista que foi como um espelho limpo, onde consegui me ver através dele, tal como eu sou, imperfeita. A presença dela nessa jornada foi fundamental. No meu tempo, fui narrando e compreendendo melhor a minha própria história. Além dela, eu diria que absolutamente todas as pessoas que conheci ao longo da mina vida também contribuíram de algum modo.

Depois que muitas coisas já faziam mais sentido para mim, pude começar a dar meus primeiros passos em direção ao que entendo como a minha missão aqui.

Mas, devo dizer que a minha maior descoberta foi a de que nos inauguramos a cada instante!

"Mas, devo dizer que a minha maior descoberta foi a de que nos inauguramos a cada instante!"

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